Se você andou lendo algumas das nossas outras matérias aqui no site, já deve ter notado que as disfunções pélvicas tem o poder não só de debilitar fisicamente, mas também psicologicamente os indivíduos que acometem. Por se tratar de uma região que comporta áreas muito íntimas, como os órgãos genitais e o ânus, o assoalho pélvico e os problemas que o atingem acabam se tornando “tabu” na sociedade, dificultando o diagnóstico e o tratamento das disfunções.
A baixa autoestima, a vergonha, e o medo do problema se manifestar em momentos indesejados são sentimentos comuns em pacientes com incontinência urinária ou disfunção erétil por exemplo, provocando muitas vezes isolamento social, afastamento do trabalho, e até quadros depressivos nesses indivíduos. A psicologia entra como complemento fundamental no tratamento, ajudando o paciente a lidar com os sintomas da doença e contribuindo para uma recuperação mais rápida e com menos impactos na vida cotidiana.
Além disso, vale ressaltar os estigmas e preconceitos atrelados às condições que cercam essas doenças e como elas interagem com os gêneros, agravando o combate às disfunções pélvicas. A mulher que sofre de dor na relação sexual, por exemplo, dificilmente procura ajuda profissional, pois, no imaginário popular, existe a falsa ideia de que o prazer feminino está inevitavelmente ligado à dor e ao desconforto, que a penetração durante o ato sexual deve ser dolorosa e que isso seria um “sinal de prazer”. Pelo contrário. A dor durante a penetração pode ser sinal de estresse, enrijecendo os músculos da região e provocando desconforto. O ato sexual deve ser prazeroso para todos os envolvidos e jamais ser baseado no prazer às custas do outro.
Já para os homens, só o fato de possuir algum problema que interfira no desempenho sexual, ou que envolva o pênis em qualquer grau, é motivo de grande vergonha, afinal a virilidade é um valor masculino extremamente disseminado na sociedade, ironicamente, pelos próprios homens. Um homem que não consegue manter relações sexuais, ou que apresenta alguma “falha” no funcionamento do pênis, como a perda involuntária de urina, é visto como “menos homem”, muitas vezes até chamado de “aleijado”, uma associação, ainda que não consciente, do problema pélvico à uma deficiência física, tamanho o nível em que esse tipo de pensamento está cauterizado no senso comum. A psicologia também contribui para desmistificar esses estigmas e para a disseminação de informação, afinal um paciente recuperado, e consciente, pode ajudar a levar o testemunho de seu tratamento, e as coisas que aprendeu, à familiares e amigos próximos.
O Instituto Patrícia Lordêlo oferece atendimento psicológico especializado nas disfunções do assoalho pélvico, que junto a outros tratamentos, como a fisioterapia pélvica, promovem uma recuperação muito mais rápida, confortável, e com menos chances de acontecer novamente, fazendo com que o paciente volte para a vida social mais confiante, saudável, e bem-informado.